Quem assistiu à sessão da Câmara Federal sobre o processo de impeachment pôde ver o que é de verdade a maioria desse congresso: um antro de políticos fisiológicos!
Muitos votaram em nome de seus próprios filhos, mães, tias, como se estivessem ali em foro privado representando suas famílias (seus bens e propriedades), seus próprios interesses, e não seus eleitores, debatendo os interesses e destinos do país. O deboche também marcou várias declarações.
O 342º voto a favor do pedido de impeachment da presidente foi dado pelo deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE), cujo nome está na lista de propinas da Odebrecht na Operação Lava Jato.
Já o prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz (PSB), foi preso nesta segunda-feira (18) preventivamente pela Polícia Federal, um dia depois de sua mulher, a deputada Raquel Muniz (PSD), afirmar que seu marido “mostra que o Brasil tem jeito” (ao votar sim).
Mesmo sem citar outros numerosos exemplos desse circo de horror, não se pode deixar de mencionar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que dirigiu o processo de impeachment e tem seu nome investigado na também Operação Lava Jato, numa lista de suposta propina de R$ 52 milhões – além das contas bancárias na Suíça, dos desvios de dinheiro em outros casos de corrupção em que seu nome aparece e de seus projetos reacionários contra os direitos sociais dos assalariados e demais trabalhadores.
Fonte: CSP-Conlutas, 18/04/2016, com edição da Seção ANDES/UFRGS.