Pauta:
1 – Notas em defesa das universidades públicas
2 – Docentes participaram do dia nacional de luta e paralisação
3 – Ouça o Voz Docente pela internet
1 – Notas em defesa das universidades públicas
A comunidade universitária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi surpreendida na quarta-feira, 6, com carros da Polícia Federal (PF) conduzindo coercitivamente membros da Administração da Universidade. Em coletiva à imprensa, a força-tarefa alegou que estaria apurando um desvio de verba destinada à construção do Memorial da Anistia Política do Brasil, financiado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ). A violência policial, a espetacularização e as arbitrariedades cometidas pela operação geraram indignação e solidariedade da comunidade acadêmica de todo país.
No mesmo dia, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) emitiu nota declarando sua “indignação com a violência, determinada por autoridades e praticada pela Polícia Federal, ao conduzir coercitivamente gestores (as), ex-gestores (as) e docentes da Universidade Federal de Minas Gerais, em uma operação que apura supostos desvios na construção do Memorial da Anistia.” Diz ainda a nota: “Apenas o desprezo pela lei e a intenção política de calar as Universidades, lócus do pensamento crítico e da promoção da cidadania, podem justificar a opção de conduzir coercitivamente, no lugar de simplesmente intimar para prestar as informações eventualmente necessárias. Ações espetaculosas, motivadas ideologicamente e nomeadas com ironia para demonstrar o desprezo por valores humanistas, não ajudam a combater a real corrupção do País, nem contribuem para a edificação de uma sociedade democrática.” Leia aqui a nota da Andifes na íntegra.
Na quinta-feira, 7, a diretoria do ANDES-SN publicou nota repudiando a operação da Polícia Federal: “A operação denominada “Esperança Equilibrista” já demonstra no próprio nome o escárnio para com todos e todas que lutaram pelo fim da ditadura militar no Brasil e por aquele(a)s que defendem a democracia neste país.”
A manifestação do ANDES-SN enfatiza a defesa da instituição universitária e das liberdades democráticas: “A Universidade Pública é maior que seus(suas) gestore(a)s; ela é uma conquista da classe trabalhadora e um patrimônio da sociedade, o qual defendemos de forma aguerrida. Dessa instituição, historicamente cobramos democracia interna, transparência nas contas e averiguação de toda e qualquer denúncia de corrupção. Porém, ressaltamos, que nenhum(a) membro da comunidade acadêmica deve ser perseguido(a), punido(a), desmoralizado(a) e achincalhado(a), ainda mais em processos inconclusos que tomam por base suposições, sem conceder o direito legítimo de ampla defesa.” Leia aqui a nota do ANDES-SN na íntegra.
Dezenas de intelectuais deram início à coleta de assinaturas para um Manifesto em Defesa do Estado de Direito e da Universidade Pública no Brasil. O manifesto inicia com o texto: “Nós, intelectuais, professores, estudantes e dirigentes de instituições acadêmicas, vimos a público manifestar nossa perplexidade e nosso mais veemente protesto contra as ações judiciais e policiais realizadas contra a universidade pública que culminaram na invasão do campus da UFMG e na condução coercitiva de reitores, dirigentes e administradores dessa universidade pela Polícia Federal no dia 6 de dezembro de 2017.” Leia aqui o texto integral do manifesto.
2 – Docentes participaram do dia nacional de luta e paralisação

Em todo o país, nessa terça-feira (5), docentes de universidades federais, estaduais, de institutos federais e Cefets foram às ruas, junto com outras categorias, protestar contra a Reforma da Previdência e contra os demais ataques aos seus direitos. Apesar da decisão de CUT, Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central e CSB de recuarem no chamamento à Greve Nacional marcada para o dia 5 de dezembro, diversas categorias mantiveram as manifestações. A CSP-Conlutas e o ANDES-SN repudiaram o cancelamento da greve, unificada com as demais centrais, e reforçaram o chamado às suas bases para a mobilização.
O dia todo foi marcado por manifestações em espaços públicos, contra os ataques do governo Temer aos direitos dos trabalhadores. A realização de uma greve nacional unificada era parte dos esforços de construção de unidade contra a intenção do governo Temer de aprovar Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287 ainda neste final de ano. Nos diversos protestos ocorridos pelo Brasil, os manifestantes reafirmaram a importância de continuar nas ruas e ampliar as mobilizações neste mês de dezembro para evitar um retrocesso gigantesco nos direitos previdenciários.
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, ressaltou que, mesmo diante do recuo de algumas centrais, em um momento importante para a classe trabalhadora, a CSP-Conlutas e o ANDES-SN mantiveram a indicação da mobilização, com paralisação e atos. “A resposta da nossa categoria foi muito positiva, a maior parte das Assembleia Geral realizadas após o “anúncio” de recuo de parte das centrais sindicais, manteve o dia 5 de dezembro como dia de luta. São os professores e as professoras demonstrando que continuam na luta e que vão resistir a mais essa tentativa de retirada de direitos”, afirmou.
Em Niterói (RJ), os docentes da Universidade Federal Fluminense (UFF) se uniram aos demais trabalhadores em manifestação pelas ruas logo pela manhã. No período da tarde, o protesto contra a PEC 287 se reuniu em frente às Barcas. De lá, os manifestante seguiram para o Rio de Janeiro e se juntaram aos docentes da UFRJ, do CefetRj, da Uerj da Uezo, da Faetec, da Unirio e da UFRRJ em manifestação no centro da capital fluminense, convocada por dezenas de entidades sindicais e populares, além de frentes políticas. O ato saiu da Candelária às 19 horas e foi até a Cinelândia cobrando a saída de Temer do governo, rechaçando os ataques aos direitos dos trabalhadores e fazendo duras críticas às centrais sindicais que esvaziaram o dia nacional de lutas. Em Curitiba (PR), docentes da Universidade Federal do Paraná participaram de manifestação pelas ruas do centro da cidade, com cartazes que pediam o Fora Temer e o fim da retirada de direitos. Em Florianópolis (SC), também houve paralisação com manifestação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ato no Terminal de Integração de Ônibus (Ticen), no centro da capital catarinense.
Leia aqui sobre as manifestações realizadas em todo país.
Docentes da UFRGS e do IFRS no dia de luta e paralisação

Em Porto Alegre, as atividades começaram com manifestação no Aeroporto Salgado Filho, às 4 horas. Depois, os manifestantes se deslocaram para a Rodoviária, de onde seguiram em caminhada até a sede do INSS, no centro da cidade. Professores da UFRGS se reuniram a partir das 8 horas, em frente à Faculdade de Educação, para compartilhar um café e, em seguida, distribuir no entorno do campus um panfleto elaborado em conjunto com os colegas da recém-criada seção do Andes-SN no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Veja aqui o panfleto. Após a distribuição dos panfletos, os professores seguiram, em caminhada, até a manifestação do INSS, onde se juntaram a outras categorias paralisadas e em luta.
À tarde, foi realizado um sarau político-poético-musical em frente à Faculdade de Educação. O evento contou com a participação dos músicos Felipe Adami, Marcelo Câmara (La Digna Rabia), Angelo Primon e Ricardo Wilkemann, dentre outros. As canções foram intercaladas com a leitura, pelos participantes, de poemas de Brecht (“Se os tubarões fossem homens”), de Maiakovski, de jovens poetas como Guto Leite, e de autores contemporâneos. Também foram lidos textos de protesto, como o manifesto em defesa dos povos indígenas de Verá Danillo Guarani. No encerramento, os participantes cantaram, em coro, a canção “Fora Temer”, uma transcriação de “Hallelulaj” de Leonard Cohen.
3 – Ouça o Voz Docente pela Internet
• Ouça AQUI o programa nº 49/2017, do dia 6 de dezembro de 2017
No Roteiro
– Nosso comentarista Conde Pie nos fala sobre a veracidade ou não dos fatos;
Notícias Expressas
1 – Caravana levou mais de 5 mil a Brasília contra reforma da previdência
2 – Em ato contra reforma da Previdência, centrais dizem que greve geral sai junto com votação na Câmara
3 – Decisão judicial proíbe propaganda enganosa da reforma da previdência
4 – Militantes do MPA iniciam greve de fome contra Reforma da Previdência
Voz Docente é semanal, produzido pela Seção ANDES/UFRGS, em parceria com as Seções Sindicais da UFPEL, da FURG e a Regional/RS do ANDES-SN, e radiodifundido às quartas-feiras, às 13h, na Rádio da Universidade, 1080 AM ou on-line: http://www.ufrgs.br/radio/
O programa é também veiculado três vezes por semana em Pelotas: pela Rádio Federal FM 107,9, emissora da UFPel, e pela RádioCom 104.5 FM.
Seção Sindical do ANDES-SN: sindicato de verdade!
– Ensino Público e Gratuito: direito de todos, dever do Estado!
– 10% do PIB para Educação Pública, já!