Comissão Especial Consun/Cepe convidou Seção Sindical para reunião de análise da adesão, ou não, da UFRGS ao Sisu/Enem
No sentido de colher subsídios, a Comissão Especial Consun/Cepe convidou as entidades representativas a comparecerem, na quinta-feira, 05/09, para apresentarem suas análises sobre a adesão, ou não, da UFRGS ao Sisu/Enem. A Comissão iniciou informando que promoveria uma Audiência Pública sobre o tema, no dia 3 de outubro, no Campus Centro.
A Seção Sindical do ANDES-SN foi a primeira a ser ouvida. Distribuiu a cada membro da Comissão a “Declaração preliminar” da entidade sobre o tema (ler aqui) e o Dossiê Nacional elaborado pelo Sindicato Nacional sobre a precarização nas IFEs (cujas páginas 73 a 82 são essencialmente dedicadas a analisar o impacto do Sisu/Enem em universidades que a ele aderiram, como UF Pelotas, UF Rio de Janeiro, UF Ceará, UF Mato Grosso).
Após parabenizar a Comissão pelas saudáveis iniciativas de ouvir as entidades e promover uma Audiência Pública, o prof. Carlos Alberto Gonçalves, presidente da Seção, sugeriu à Comissão Especial promover audiências públicas também nos demais campi, particularmente no maior deles: o Campus do Vale.
O prof. Carlos Alberto ainda convidou a Comissão Especial e o Consun a fazerem prova da maior cautela relativamente à adesão ao Sisu/Enem: o Vestibular da UFRGS está consolidado, sendo bem conhecidos sua capacidade de avaliação, seu impacto e suas limitações; por sua vez, o Sisu/Enem é uma novidade ainda experimental, não consolidada, de impacto ainda pouco e mal conhecido.
A profª Elisabete Búrigo (segunda secretária da Seção Sindical) também alertou para os prováveis impactos da mudança sobre o esvaziamento e rebaixamento dos currículos do ensino médio, pois o Exame aborda com superficialidade (ou não aborda) temas que hoje são valorizados no Vestibular. Lembrou que o MEC já explicitou, junto à Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio da Câmara dos Deputados, a intenção de adaptar o currículo do ensino médio ao ENEM. A perda de qualidade no ensino médio teria repercussão não apenas na formação dos ingressantes, mas na própria tarefa de formação de professores que é desempenhada pela Universidade.
O prof. Robert Ponge (primeiro vice-presidente da Seção) observou que não há dados ou estudos consolidados que confirmem que o SISU promoveria a democratização do acesso à universidade, mas há indicadores de aumento nas taxas de evasão, além dos transtornos decorrentes das várias chamadas que têm sido necessárias para o preenchimento das vagas.
Ao encerrar suas ponderações, a representação da Seção Sindical informou que está elaborando um documento sobre o assunto e reiterou seu chamado à Comissão Especial e ao Consun a fazerem prova de cautela.
Matéria publicada no boletim eletrônico InformANDES na UFRGS, nº 59, de 12/09/2013.