Por que falar em “reajustes”, no plural? Por que não dizer, simplesmente, “o reajuste de março/2014”? Porque a porcentagem do reajuste varia – e muito! – segundo os níveis e as classes: há tantos reajustes quantos níveis e classes! Para o regime de DE, os reajustes variam de 4,1% (Adjunto A Doutor) a 15,7% (Titular Doutor)!
Quais classes e níveis conseguem ganhar da inflação? Quais empatam? Quais perdem?
Com base no INPC de 5,3% (fevereiro/2013 a fevereiro/2014) e no IGP-M de 7,3% (março/2013 a março/2014), elaboramos um pequeno e bem humorado horóscopo das variações do poder aquisitivo em relação à inflação para uma amostra de classes e níveis.
Professor Auxiliar 1 e D-I 1: com 5,8% de reajuste, você vive no limite (pouco acima do INPC, abaixo IGP-M e bem abaixo da inflação real). Esteja atento às mudanças à sua volta.
Adjunto A (doutor ingressante, para quem não sabe): com 4,1% de reajuste, você já entrou perdendo para a inflação oficial (reajuste abaixo dos dois índices). Tome cuidado com os falsos amigos, como o Funpresp e aqueles que apresentam os atuais reajustes como o melhor presente governamental dos vinte últimos anos. Não desanime: se o ANDES-SN continuar na casa de marte, a vida vai melhorar.
Professores Assistentes 1 Mestre e Associados 1, D-II 1 e D-IV 1: com, respectivamente, 7,4% e 7,9% de reajuste, a vida está financeiramente empatada. O salário empatou com o IGP-M, mas, no próximo mês ou no seguinte, a defasagem será inevitável. E esteja atento: um grande evento em junho ameaça inflar seu custo de vida e piorar drasticamente a defasagem.
Professor Adjunto 1 Doutor e Titular, D-III 1 e Titular: com, respectivamente 10,7% e 15,7%, os astros apontam que seu salário está protegido da inveja alheia, acima do IGP-M. Mas abra o olho. Com a inflação real distando cada vez mais do IGP-M, não dá para nutrir muitas ilusões. Além disso: como os demais signos da Universidade, mais da metade de sua remuneração é gratificação – não é salário. O que poderá vir a ter consequências drásticas!
Uma ponderação: tudo isso, apenas em base nos “índices” de inflação. Pois, como todo(a)s sabem, enquanto a inflação dos índices sobe devagar, a inflação real dispara.
Um conselho para todas e todos: Sal grosso e arruda ajudam. Mas é prudente buscar o sindicato de verdade e desconfiar daqueles que louvam essa política de reajustes desiguais, que aprofundam a desestruturação da carreira.
Colega docente, andes na paz! E com o ANDES-SN, na luta: por reestruturação da carreira, valorização salarial com paridade de ativos e aposentados, melhoria das condições de trabalho e autonomia universitária!
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