Prezado(a) colega:
Mais um semestre tem início na Universidade. E como em todo recomeço e renovação de ciclo em nossas vidas, também fazemos planos e votos para o novo período letivo que se inaugura na UFRGS.
Neste momento, gostaríamos de convidar todo(a)s a fazer uma reflexão sobre a Universidade que temos e sobre a Universidade que queremos.
Por que o governo federal…?
Por que 75% das matrículas da rede de ensino superior estão nas instituições privadas, se é a Universidade Pública que gera 90% do conhecimento produzido no país; e se, conforme estudos do ANDES-SN, para cada 1 (uma) vaga criada nas privadas poderiam ser criadas até três nas públicas, com o benefício sendo revertido para toda a comunidade?
Por que, em 2015, o governo cortou mais de R$ 11 bilhões do orçamento da Educação pública, e liberou quantia muito superior para subsidiar o ensino superior privado?
Por que as verbas de pesquisa e de concursos para docentes e técnicos sofrem constantes cortes, se a Universidade Pública cumpre – e deveria cumprir ainda mais – um papel decisivo para o desenvolvimento do país?
Por que o governo federal insiste em terceirizar funcionários, se já está provado que isto traz apenas mais precarização?
Por que avançam planos para converter as universidades federais em prestadoras de serviços para grandes empresas, como no novo código de ciência e tecnologia, em lugar de fomentar a pesquisa básica de ponta para a soberania do país e o bem-estar coletivo?
Por que, na UFRGS,…?
Por que, na UFRGS, o orçamento e os processos decisórios não tem a devida transparência que todo (a)s esperamos de uma instituição pública?
Porque muitas das decisões mais importantes da Universidade são tomadas em acordos por cima entre a Reitoria e as direções de Unidades, sem a efetiva participação da Comunidade Universitária, incluindo o conjunto dos docentes?
Aliás, por que os docentes estão, também, sub-representados no CONSUN – não obstante o peso concentrado na fórmula de votação na eleição de representantes e na escolha dos gestores da Universidade?
Por que a UFRGS padece de graves problemas de infraestrutura, a despeito de ser uma universidade considerada de excelência?
Por que na UFRGS os direitos da carreira docente, como os das progressões e promoções funcionais e do pagamento dos retroativos, não estão sendo respeitados?
O que podemos fazer…?
Como pode a Comunidade Universitária engajar-se para fazer valer seus direitos?
Como podemos contribuir para que nosso trabalho seja devidamente valorizado e disponha das condições adequadas para realizarmos a missão que nos cabe como educadores(as), cientistas, produtores(as) e difusores(as) de conhecimento, formadores(as) de gente pensante, de cultura e de tecnologias?
O convite de Einstein…
Como disse Albert Einstein, “não existem sonhos impossíveis para aqueles que realmente acreditam que o poder realizador reside no interior de cada ser humano. Sempre que alguém descobre esse poder, algo antes considerado impossível torna-se realidade!”.
Com estas interrogantes e o anseio de outro porvir, a Diretoria da Seção Sindical ANDES/UFRGS deseja a todas e todos um ótimo semestre. Que o convite de Einstein contagie todo(a)s nós, docentes da UFRGS, fortalecendo nossos interesses comuns, nossa luta e nossa organização, em prol da Universidade Pública e dos interesses coletivos da Comunidade Universitária e da sociedade brasileira.
Diretoria da Seção Sindical ANDES/UFRGS
Porto Alegre, março de 2016.