15 de abril de 2019
A diretoria do ANDES-SN divulgou, na sexta-feira (12), nota repudiando o processo de composição da lista tríplice para a Reitoria da UniRio pelo seu Colégio Eleitoral. Assim como já registrado em outras instituições federais, o trâmite desrespeitou a consulta pública realizada junto à comunidade acadêmica no início do mês.
Na votação paritária, que reuniu mais de 3,8 mil pessoas entre docentes, estudantes e técnico-administrativos, realizada entre os dias 03 e 06 de abril, a chapa 1 – Unidade na Resistência Democrática –, composta pelo professor Leonardo Villela de Castro e pela professora Maria do Carmo Ferreira, somou 72% dos votos. No entanto, Castro não encabeça a lista tríplice definida pelo Colégio Eleitoral e que será enviada ao presidente Jair Bolsonaro.
“No dia 11 de abril, o Colégio Eleitoral, em sessão para composição da lista tríplice que deve ser enviada ao Ministério da Educação para a nomeação do reitor, aceitou a inclusão de duas novas chapas, que não se submeteram à consulta junto a comunidade acadêmica”, denuncia o Sindicato Nacional. “Desconsiderando o legítimo processo democrático, o Colégio Eleitoral indicou o professor Ricardo Cardoso como primeiro nome na lista tríplice, mesmo sem ter participado da consulta eleitoral à comunidade acadêmica, em segundo e terceiro lugar desta lista, foram indicado(a)s o professor Leonardo Villela de Castro e a professora Cláudia Alessandra Fortes Aiub, que participaram do processo de consulta. Essa violação sem precedentes no cotidiano universitário, ocorrida no âmbito da própria IES, é contrária ao posicionamento de todos os segmentos da comunidade acadêmica que sempre lutaram pela nomeação do(a) candidato(a) primeiro(a) colocado(a) na consulta pública.”
Para o ANDES-SN, tal conduta viola a democracia universitária e configura a irresponsabilidade da atual administração superior e do Colégio Eleitoral da UniRio, criando um gravíssimo precedente, desrespeitando a decisão da maioria em um já limitado processo de escolha de reitore(a)s e impactando sobre todas as instituições públicas de ensino superior do país em um momento de ataque às liberdades democráticas e de cátedra.
“Reafirmamos nosso projeto de universidade pública, gratuita, laica e socialmente referenciada e a defesa da gestão democrática com eleição direta do(a)s dirigentes das instituições de ensino superior, dos institutos federais e CEFETs pela comunidade acadêmica por meio do voto direto, secreto e universal ou, no mínimo paritário”, afirma a entidade, que se solidariza com a comunidade acadêmica da UniRio. “Estaremos ao lado de todo(a)s que lutam e lutarão para defender as universidades públicas, as liberdades e os processos democráticos.” A Seção Sindical do ANDES-SN na UFRGS apoia e subscreve a nota do ANDES-SN.
Em entrevista ao portal do jornal O Globo, Castro também lamentou o ocorrido. “Tenho certeza de que ele (Bolsonaro) não me indicaria para reitor justamente pela minha militância, minha atuação sindical. Mas, independente disso, acho que conseguimos firmar um bloco político muito forte, que pode continuar atuando em conjunto no diálogo com a gestão, e aprofundar a democracia interna, a transparência, e evitar que o dinheiro escorra pelo ralo da UniRio de maneira indevida.”
Leia aqui a íntegra da nota do SN.