O governo Temer levou a asfixia orçamentária das universidades a um nível inimaginável: por meio da portaria 9420 do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, mais de R$ 450 milhões de reservas financeiras das instituições foram redirecionados para pagamento de uma parte da folha de pessoal. A UFRGS figura entre as três universidades mais atingidas pela medida, perdendo R$ 59,2 milhões que seriam destinados a uso próprio.
No total, mais 51 universidades e nove hospitais universitários de todo o país foram atingidos pela medida. As reservas financeiras são constituídas de receitas próprias das instituições —verbas de aluguéis, convênios, cursos, entre outras fontes —, que não puderam ser gastas por falta de autorização do governo e agora irão para pagamento de despesas com aposentadorias, até então responsabilidade dos cofres públicos.
“Isso nunca tinha sido feito”, afirmou o secretário-executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Gustavo Balduíno, citado pelo boletim da ADUFRJ.
Em reunião do Consun realizada no dia 28 de setembro, o reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann, anunciou que pediria sessão especial do Conselho para tratar do problema. A Sessão ainda não foi agendada. No dia 14 de novembro, a diretoria da Seção Sindical do ANDES na universidade solicitou audiência à Reitoria, para tratar da Portaria 9420 e da liberdade de cátedra.