25 de setembro de 2018
Após ação realizada por policiais militares dentro da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Campos dos Goytacazes, no dia 13 de setembro, o ANDES-SN divulgou nota oficial repudiando os ataques à autonomia interna das universidades públicas, o que vem ocorrendo nos últimos meses nas Instituições de Ensino Superior no Rio de Janeiro. A fiscalização, que foi acompanhada por um juiz federal, teria ocorrido após suposta denúncia sobre o armazenamento de material de campanha política na sala do DCE, o que culminou no seu arrombamento pelas forças policiais, ação que nos remete aos tempos da ditadura empresarial-militar brasileira.
Há relatos de que também teria havido revista de pertences, apreensão de documentos pessoais, retirada à força de adesivos das vestimentas dos presentes e proibição de que voltassem a portá-los na Universidade. Como se não bastasse, no dia 19 de setembro o diretor do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional (ESR) da instituição, professor Roberto Rosendo, foi novamente surpreendido com a ação arbitrária do judiciário, ao receber intimação impondo sua abstenção política no processo eleitoral dentro da UFF e determinando que o mesmo impedisse toda e qualquer ação política dentro do campus, sob penas da lei. “Tais ações criam um ambiente antidemocrático e autoritário nos espaços da Universidade, o que deve ser repudiado e combatido. A Universidade é o espaço de debates de ideias e da construção do pensamento crítico, pois a produção científica não se faz de forma imparcial ou deslocada da realidade e da conjuntura política do País. Esses ataques são tentativas de amordaçar a Universidade pública e silenciar os debates sobre o momento que vivemos, marcado por forte retrocesso, pelo avanço do autoritarismo e pela ameaça de uma agenda antidemocrática”, diz o documento do Sindicato Nacional dos Docentes.
Comissão do ANDES-SN contra perseguição política completa seis meses
Outras universidades públicas nacionais têm sido vítimas de interpretações abusivas da lei, acompanhadas de execuções truculentas que restringem as liberdades civis e democráticas. Por isso, o ANDES-SN criou uma comissão para prestar apoio jurídico e político a docentes que estiverem neste tipo de situação, seja por posições políticas ou pelo conteúdo de suas aulas e pesquisas. O serviço, que completa seis meses em setembro, pode ser solicitado pela seção sindical à qual o docente deve ser filiado. Caso não seja possível fazer a denúncia por meio da seção sindical, o professor pode procurar a secretaria regional correspondente ou enviar e-mail para o Sindicato Nacional (secretaria@andes.org.br).
Entenda a situação, veja nota oficial da UFF e leia matéria do ANDES-SN