PAUTA:
1-Estudante cotista indígena da UFRGS é agredido em Porto Alegre.
2-Aula Pública em Defesa da Democracia.
3-Comitê UFRGS colhe adesões de docentes de nossa Universidade ao Manifesto “Em defesa do Cais Mauá”.
4-Escute, pela internet, o programa Voz Docente desta semana, nº 12/2016.
1-Estudante cotista indígena da UFRGS é agredido em Porto Alegre
Na madrugada do sábado 19/03, o estudante de veterinária Nerlei Fidelis, indígena Caingangue e cotista da UFRGS, foi agredido por um grupo de rapazes que, segundo testemunhas, seriam estudantes de engenharia da mesma universidade e mais um estudante da PUCRS. A agressão se deu diante da moradia estudantil da UFRGS, no centro de Porto Alegre.
Segundo Nerlei, tudo aconteceu quando o grupo de rapazes começou a provocá-lo dizendo “o que esses indígenas estão fazendo aí”, o que gerou uma discussão e em seguida as agressões. Imagens da câmera de segurança da moradia mostram Nerlei, acompanhado de seu sobrinho, Catãi, sendo brutalmente espancado a socos e chutes, mesmo caído.
Por se tratar de um indígena, Nerlei foi encaminhado, pelo advogado Onir Araujo, à Superintendência Regional da Polícia Federal no RS, onde prestou queixa. Segundo Onir, trata-se de um caso de preconceito, sendo crescente a onda de violência racista praticada contra cotistas negros e indígenas. O Conselho Indigenista Missionário também acompanha o caso.
Saiba mais:
https://pt-br.facebook.com/realcarloslatuff/posts/618828451589109 (com vídeo)
https://www.youtube.com/watch?v=BR63aZ6CAEo
UFRGS publica nota sobre caso de agressão a estudante indígena
PF investiga agressão contra indígena em Porto Alegre
Agressores de estudante indígena da UFRGS já estão identificados, diz advogado
2-Aula Pública do IFCH em Defesa da Democracia
Na tarde da última quarta-feira, dia 23/03, aconteceu a Aula Pública em Defesa da Democracia, promovida por um grupo de professores do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – IFCH da UFRGS, com apoio da direção da Unidade.
Realizado em frente ao prédio da Faculdade de Educação (Faced), no Campus Centro, o encontro reuniu algumas centenas de estudantes, professores e funcionários da Universidade, que debateram o atual momento político vivido no país.
A diretora do IFHC, profª Soraya Cortes, abriu a aula pública esclarecendo que os professores que interviriam falariam em nome próprio, não expressando posições oficiais de seus respectivos departamentos. “O que nos une hoje aqui é a defesa da democracia”, assinalou.
A seguir, docentes das cinco áreas do IFCH – sociologia, história, ciência política, antropologia e filosofia – analisaram a situação do país, dando destaque para a crise social e política, o avanço do conservadorismo, a manipulação da mídia e a necessidade de lutar pela democracia.
“O clima de ódio está ganhando espaço na sociedade brasileira”
O prof. Marcelo Kunrath, do Departamento de Sociologia, lançou uma advertência: a recente agressão a um estudante indígena na frente da Casa do Estudante da UFRGS, o ataque a clientes e funcionários do bar Odeon por, supostamente, ser um “bar de petistas” e pessoas sendo hostilizadas nas ruas em função da cor da roupa que estão vestindo devem acender o sinal vermelho de alerta para todo o país para o clima de ódio que está ganhando espaço na sociedade brasileira.
Acrescentou: “Isso para não falar do que está acontecendo na internet que se tornou também um canal de disseminação do ódio”. E sintetizou: “A democracia que nós construímos nas últimas décadas é uma fina de camada de gelo sobre um oceano de autoritarismo, ódio e intolerância”.
Também falaram a profª Celi Pinto (Dpto de História), o prof. Felipe Gonçalves Silva (Filosofia), o prof. Caleb Faria Alves (Antropologia), a profª Maria Isabel Noll e o prof. Benedito Tadeu César (ambos do Dpto de Ciência Política). Os dois últimos trouxeram lembranças emocionadas e emocionantes dos anos sessenta.
Foi um amplo, interessante e rico leque de intervenções, com pluralidade, convergências, pontos em comum e diferenças. Leia mais, abaixo.
ASSUFRGS e Movimento Estudantil: complementações, reforços e… contraponto!
Três coordenadores da ASSUFRGS (João Ribeiro, Frederico Bartz e Bernadete Menezes) fizeram intervenções pelo sindicato, representando um contraponto importante à fala dos professores.
Além de reforçarem a defesa da democracia contra o autoritarismo, eles apontaram também que a luta pela democracia e pela participação deve ser levada para dentro das universidades, onde ainda vigora uma lógica que faz com que os professores representem 70% do poder de decisão nas eleições para reitores e diretores de unidade.
Os representantes da ASSUFRGS ainda apontaram a necessidade de lutar contra o pacote de ajustes, que vai atingir principalmente a classe trabalhadora.
As intervenções dos estudantes também apontaram para a contradição que é defender a democracia, mas não a aplicar dentro das estruturas da UFRGS.
Resumindo:
Houve unidade em defesa das liberdades democráticas, civis, sociais e jurídicas. O leque de intervenções foi largo, plural, democrático. Foi apontado o crescimento da adjetivação-desqualificação, do ódio, do autoritarismo. Houve um chamamento maiúsculo à tolerância. Uma bela Aula Pública.
Leia a matéria divulgada pela Assufrgs: Aula Pública abre espaço para comunidade universitária debater democracia.
Leia a matéria do Sul 21: ‘Nossa democracia é uma fina camada de gelo sobre um oceano de ódio e intolerância’
3-Comitê UFRGS colhe adesões de docentes de nossa Universidade ao Manifesto “Em defesa do Cais Mauá”
No final de 2015, um grupo de professores de nossa Universidade compôs o Comitê UFRGS pelo Cais Mauá, grupo multidisciplinar formado por docentes-pesquisadores interessados em contribuir nos embates em torno do(s) projeto(s) de revitalização do Cais Mauá.
O Comitê denuncia especialmente o caráter arbitrário e elitista que tem marcado o processo.
Comitê colhe adesões de docentes da UFRGS ao manifesto “Em defesa do Cais Mauá”
O Comitê redigiu uma carta manifesto, com o intuito de demarcar à sociedade a existência, entre os professores e pesquisadores da UFRGS, de uma resistência qualificada ao projeto.
O manifesto já conta com mais de sessenta assinaturas. Está disponível on-line para adesões, no seguinte link: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1111745132180342&id=1056596141028575.
O(a)s docentes da Universidade desejoso(a)s de assinarem o “Manifesto de Professores da UFRGS em defesa do Cais Mauá” devem notificar sua adesão pelo seguinte endereço e-mail:comiteufrgscaismaua@gmail.com
Sobre o Comitê: por um crítica qualificada ao projeto escolhido (a dedo?) pela Prefeitura
A ideia do grupo é aglutinar os conhecimentos produzidos interdisciplinarmente pelo corpo docente da UFRGS para fazer uma crítica qualificada e intervir positivamente nos rumos do processo de revitalização do Cais.
Os membros do Comitê entendem que este deve ser o papel de uma Universidade comprometida com o conhecimento, e não com a entrega e a destruição do nosso patrimônio histórico.
Em janeiro passado, no Fórum Social Mundial, o Comitê organizou um painel sobre projeto(s) de revitalização do Cais (ver o cartaz ao lado).
4- Escute, pela internet, o programa Voz Docente desta semana, nº 12/2016
No roteiro:
*Continuação da entrevista em que o prof. Jorge Quillfeldt (Instituto de Biociências da UFRGS) analisa a lógica do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/2016). Nesta segunda parte, ele fala sobre a contradição entre a visão mercadológica dessa Lei e a Aula Magna de abertura do semestre letivo na UFRGS, intitulada “A utilidade dos saberes inúteis”, ministrada, em 10/03, pelo professor, filósofo e crítico italiano Nuccio Ordine, defensor do ensino e da valorização dos conhecimentos humanistas na formação dos estudantes de qualquer área.
*Baseado em fatos históricos, o inverossímil conde Pié explica porque participou do “Ato pela Legalidade”, no último dia 18, na Esquina Democrática – e isso, sem dar apoio qualquer ao ex-presidente Lula, não!, e sem achar que o processo de impeachment seja golpe (“Quem acha isso é o PT, não eu”, alerta o Conde!).
*No Notícias Expressas:
-CONSUN/UFRGS referendou posição da ANDIFES sobre o agravamento da crise política e econômica no país.
-MEC destina mais R$ 13 milhões para bolsas do Pronatec; quase a metade é para o setor privado.
– Para finalizar o programa: o poema “Lista de Preferências” de Bertold Brecht, musicalizado por Isabel Parra.
Voz Docente é semanal, produzido pela Seção ANDES/UFRGS, em parceria com a Seção Sindical da UFPEL e a Regional/RS do ANDES-SN, e radiodifundido às quartas-feiras, às 13h, na Rádio da Universidade, 1080 AM ou on-line:http://www.ufrgs.br/radio/
O programa é também veiculado três vezes por semana em Pelotas: pela Rádio Federal FM 107,9, emissora da UFPel, e pela RádioCom 104.5 FM.
Seção Sindical do ANDES-SN: sindicato de verdade!
– Ensino Público e Gratuito: direito de todos, dever do Estado!
– 10% do PIB para Educação Pública, já!